Ao viver decepções, arrumamos um jeito de nos proteger. Mas isso só acontece porque esperamos algo que foi frustrado. Quando isso acontece com pessoas que amamos, é um pouco pior. Começa-se a questionar o que é o amor. O amor do outro e o nosso, apesar de questionar o nosso bem depois. Sabe por que? Porque o nosso amor é diferente do Amor. Vamos dar um pulinho lá em João 8: "A mulher foi deixada ali. Jesus levantou-se e perguntou: 'Mulher, onde eles estão? Ninguém condenou você?'. 'Ninguém, Senhor', foi a resposta. 'Nem eu', disse Jesus. 'Siga seu caminho. Mas, de agora em diante, não volte a pecar.'"
Tenho certeza de que nós não sairíamos dali até ouvir um pedido de desculpas daquela mulher. Ora, ela é que espécie de mulher, afinal? Adúltera!!! Mas Jesus não precisou disso, o amor que vem dele é nobre. Bem diferente do nosso, aquele que ignora o "Amem uns aos outros como Eu vos amei". E é essa nossa dificuldade: saber que talvez o nosso amor nunca seja aquele que se preocupa mais com os outros do que consigo mesmo, que não quer o que não tem, que não age na base do "eu primeiro". O cristão com profundidade é a pessoa que fracassou e aprendeu a viver com seu fracasso.
É essa a hora que Ele entra, que te faz um reboliço, que te confronta e diz que você não sabe nada de amor, e que se não for com ele, você nunca vai saber! Que de um jeito sobrenatural te faz amar aquela pessoa que te fez tão mal de alguma forma porque é uma alegria e não porque é um mandamento. E essa hora só chega quando, sem medo, aceitamos receber essa graça, essa loucura, esse troço que nos constrange, que é um escândalo... esse nobre amor.
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