Hoje estive pensando em algumas
questões. Em como o percurso da vida é engraçado e louco. Mas, em meio a tais,
estive, também, com o pensamento nas coisas sublimes que encontramos nessa
caminhada. Uma dessas coisas, claro, é o amor. Porém, a forma como o amor chega
pra nós é tão especial quanto. E pra mim foi assim. Lembro-me bem, mas com
estranheza, de como eu já o amava. E nunca tive problemas em dizê-lo. Eu o
amava com outro amor. Eu era quase criança, quase gente grande. Mas meus sonhos
sempre foram do mesmo tamanho. Eu fui acolhida por ele em troca de nada. E isso
foi a maior salvação humana que eu poderia ter no meio de tanta hipocrisia com
cara de amor. A partir de então, pude perceber que o evangelho que estava
escrito na minha bíblia velha poderia ser praticado. Aprendi de Jesus com ele
na prática porque a teoria estava muito bem decorada, graças às minhas raízes
cristãs históricas. Ele sempre foi o meu melhor professor. E ainda por cima,
era meu amigo. Uma espécie de irmão mais velho ou algo do tipo. Era um amor
cheio de gratidão. O tempo passa, a vida segue seu fluxo e a gente dança. Os
corações também. Cada qual batendo por um alguém.
Alguma coisa aconteceu no
percurso da ordem dos encontros e desencontros. O amor bonito virou amor
sublime.
A minha vida sempre foi legal. Tive
a oportunidade de fazer o que eu queria muitas vezes. Fiz o curso técnico que
queria, entrei na universidade pública pra fazer o que eu queria, fiz uma viagem
internacional a trabalho e minha adolescência foi o máximo. Mas depois que o amor
passou por sua metamorfose, tudo fez sentido. A sua companhia me deixava sempre
abismada de como seriam todas essas coisas se ela não existisse. Elas simplesmente
seriam. Mas só seriam. Apenas seriam. E passariam. Ele as fez muito mais vivas.
Minhas memórias estão cheias desses guardados vivos. Coloridos. Dançantes. Nem
se eu namorasse um bailarino profissional, esse amor dançaria tanto. Confesso
que para um professor de história, ele dança muito bem. E resolvemos dançar
juntos, como que num pé de valsa, pra sempre.
Tenho muitos medos. Ainda medos
de anos atrás, a quase criança e quase gente grande me acompanha na vida. Confesso,
isso faz um mal quando se trata dos medos. Contudo, a vida não espera. E eu
estou aqui. Deixando um registro escrito para o meu amor bonito que virou amor
sublime. Um registro não formal pra dizer que o meu amor é a melhor pessoa
que conheci. Que antes de ser meu melhor amor, ele foi meu melhor professor. E
tem o verde mais lindo que meus olhos já puderam contemplar em outros olhos.
Registro que meu amor sublime tem nome e sobrenome. Meu amor sublime chama
Wander Pinto de Oliveira.