segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Diálogo fascinante


31 de dezembro de 2012. Estou no interior do Rio de Janeiro. 14h 40min. Andei rumo à um lago, mais ou menos 20 minutos do quarto onde durmo por aqui. O caminho até o lago é bem parecido com finais de filmes, uma bela vista. Há um caminho de pedras pelo chão, do lado direito uma montanha. Do esquerdo, muitas, muitas árvores.
Cheguei então perto do lago, onde me sentei num banco de frente para as muitas, muitas árvores. Confesso-lhe que há muito tempo eu não ficava sozinha. Digo sozinha, pra ficar com você mesmo. Sem ter o que te distrair, cantar, batucar ou dispersar. Você e Ele. Parei onde estava, senti o cheiro de verde e tive a certeza de que o meu Pai estava ali. Derramei algumas lágrimas por pensar que enfim, o ano estava acabando. Passou aquele clichê filme de tudo o que eu vivi e percebi onde a culpa foi minha, e para a minha surpresa, ela estava na maioria das coisas que deram errado – em quase todas. Então, entreguei meu próximo ano e tudo que estava por vir nele, inclusive meus vacilos.
Olhei pra cima e de repente, folhas iguais começaram a cair com um mesmo intervalo de tempo. Era Ele dizendo: “Ta vendo essas folhas? Cada uma delas só está caindo com a minha permissão. Eu sei que você não consegue compreender muito, e às vezes até esquece. Mas eu cuido de você, e qualquer folha que for cair, cairá com a minha permissão. Nada escapa do meu controle.”.
Olhei pra frente e percebi como aquelas milhares de espécie de árvores louvavam a Deus com uma harmonia indescritível. Na mesma hora eu disse que queria adorá-lo da mesma maneira, a natureza O louvava todo tempo! Então soprou um vento e eu ouvi um som de música, eram elas... uma borboleta branca como algodão com contorno em preto, como se alguém tivesse posto delineador em suas asas, dançava um balé clássico ao som da música que as árvores faziam exuberantes com o vento. Um coral de cigarras fazia um soprano que eu jamais ouvira.  E o diálogo continuou: “Você não viu nada. Viu como o louvor acontece quando o vento passa? Assim também é com vocês e o Espírito Santo.”.
Olhei pra baixo, havia um formigueiro. Uma formiguinha que estava ao lado do meu pé pegou um pedaço de madeira, provavelmente de alguma árvore, bem maior que ela e carregou sozinha até perto do formigueiro.  Ali, muitas formigas foram ajudá-la e juntas puseram o galhinho dentro do formigueiro. Então Deus me disse: “Por mais que esteja pesado, dolorido, sufocante, haverá sempre alguém pra te aliviar, dividir sua dor e caminhar contigo, Eu vou mandar.”.
Depois de ver e ouvir em todas as direções a resposta da entrega do meu ano, terminei em lágrimas o diálogo com o meu pai cantando: “Eu quero te amar por quem Tu és e não pelas bênçãos que tens pra mim. Só quero te abraçar, te beijar e em teus braços te adorar e ouvir Tua voz me dizer: ‘és meu filho amado, em quem me comprazo... ’”. Certa de que Ele não me poupará do Seu amor, caminharei para o próximo ano, despida de toda hipocrisia que eu mesma criei. Ele me despiu, me mostrou quem eu sou e quem Ele é. E também me mostrou quem eu posso ser porque Ele é.

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