E graças a graça, eu sobrevivi pra ver coisas... tipo um homem no ponto de ônibus, vendedor de bala, sair do ônibus e agradecer ao motorista por tê-lo deixado entrar com a maior alegria, e um sorriso humilde e feliz em seu rosto, em pleno sol a pique no Rio de Janeiro, numa segunda-feira enquanto eu reclamava por estar indo a escola.
Sobrevivi pra voltar ao Arquivo Nacional e testificar de que não existem palmeiras mais altas e belas como aquelas.
Sobrevivi pra fazer faxina com a minha mãe e reparar que algumas sujeiras e manchas não saem com o esforço da maioria, elas te pedem um pouco mais de força pra esfregar até que saiam, e que isso acontece exatamente com a nossa vida.
Sobrevivi pra escolher entre o lucro e a satisfação.
Sobrevivi pra pensar que, ao invés de fazer enterro dos ossos depois de um churrasco, eu posso dar a quem não tem.
E sobrevivi também pra amadurecer.
Não há nada neste mundo mais bonito que o simples.
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