quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Vamos trabalhar, produção?

"Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo, tudo, tudo que fizemos, ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais..." (Elis Regina - Nossos Pais)
Estava com essa música na cabeça há alguns dias. E por um súbito momento de indignação me inconformei e recusei a acreditar que depois de tudo, ainda sou a mesma. Mas, logo depois de que meus defeitos naturais se afloram novamente, voltava triste, e de alguma forma buscando uma resposta, a cantar Elis.
Ontem acabou meu estágio, no qual eu estagiei em uma peça 3 temporadas. No penúltimo dia de espetáculo, cheguei antes do meu horário, não havia ainda ninguém no teatro. Entrei, repousei minhas coisas e fui para o palco, sozinha. O teatro estava escuro, vazio e com apenas 2 luzes fracas ao fundo que faziam uma iluminação meio sombria. Sentei num sofá que fazia parte do cenário e comecei a pensar nele cheio, cheio de gente que eu conhecia. E naquele instante, o Abba falou comigo: "Eu te faço enxergar o que é, não o que os outros acham que é. Teatro é maquiagem e você está enxergando por dentro, Eu te faço entender o mecanismo das coisas."
Na mesma hora olhei para cima e vi quanta coisa havia ali, quantos truques poderiam ser feitos... a platéia não iria ver, nem perceber. A equipe que trabalha para a produção de um espetáculo, trabalha muito, é exaustivo. Mas é um nº de pessoas bem menor do que aqueles que assistem.
É impossível entender as coisas da mesma forma agora. Não posso ser a mesma, Ele me pôs em outro lugar. Hoje eu vejo e entendo tudo diferente. DEle, pra Ele e por causa dEle.

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